Game: Mortal Kombat (2011)
Desenvolvedora: NetherRealm Studios
Distribuído por: Warner Games
Plataforma Utilizada: Playstation 3
Também para: Xbox 360
Noobzview: Ariel (@arielsis)
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Valeu a pena: Ligar o vídeo game e ver que depois de anos estava jogando um Mortal Kombat de verdade!
Não valeu a pena: Desligar o console e ter que esperar o outro dia pra jogar novamente…
Tá lá, mas quase ninguém vê: Kratos (Versão para PS3)
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Na década de 90, os games de luta 2D estavam em alta e nesta época, mais precisamente no ano de 1992, Mortal Kombat nasceu para bater de frente com Street Fighter, game que originou toda essa febre. Essa disputa continuou durante os anos seguintes, até o lançamento de Mortal Kombat 3 e suas subversões como Mortal Kombat Trilogy. A partir daí a franquia começou a cair num precipício como num fatality…
Os anos foram passando e Street Fighter foi sempre se renovando, mas Mortal Kombat parecia ir parando no tempo e não conseguia o mesmo feito. No Playstation 2 tivemos três lançamentos (levando em consideração os games de luta, sem contar os de aventura ou Spin-off), mas nenhum que nos remetessem aos tempos de ouro da série, como Street Fighter sempre fez. Eram versões sem graça, com jogabilidade presa e nem um pouco parecidas com a que todos os fãs gostavam.
Street Fighter 4, com seus gráficos 3D e jogabilidade totalmente nos moldes dos antigos games de luta 2D estremeceu a indústria e colocou novamente a Capcom no topo quando se fala em games de luta. A partir daí todos começaram a imaginar como seria um novo Mortal Kombat seguindo os mesmos moldes, a mesma ideia, e não demorou muito para que Mortal Kombat vs DC Universe fosse anunciado. Mas apesar de a jogabilidade ter melhorado muito e ter demonstrado que Mortal Kombat poderia estar retornando, o game não foi bem recebido pela crítica e público , pois faltava sangue, violência e cabeças rolando para poder carregar o nome Mortal Kombat no título. Fora os Heróic Brutalitys dos personagens da DC que não se encaixavam no mundo de Mortal Kombat. Nada contra a DC e seus personagens, mas é melhor cada um no seu mundo.
Com todo esse problema, a Midway que era a produtora do game entrou em declínio e posteriormente abriu falência (mas foi comprada pela Warner Games e se transformou em “NetherRealm Studios”). Ed Boon e Jhon Tobias, as duas mentes brilhantes por trás do sucesso da série nos anos 90, se separaram. Tobias seguiu outros projetos enquanto que Ed Boon foi para a Warner Games. Era nítido que a série já não tinha o mesmo prestígio de antes e não adiantava chamar Super-heróis para ajudar.
Mas os deuses do mundo dos games ouviram nossas preces e Mortal Kombat está de volta! Depois de tanto errar, Ed Boon e companhia finalmente acertaram. Mas não foi à toa, pois a cada minuto jogado desse novo Mortal Kombat, você verá que o game foi feito com muito carinho, com todo cuidado, um verdadeiro ”Fan Service”, e claro esbanjando sangue e violência gratuita pela tela.
Quando surgiram os primeiros trailers, todo mundo já esperava por um game pelo menos decente, mas a NetherRealm Studios e Ed Boon foram além. Trouxeram toda a magia que MK possuía e conseguiram resgatar seus melhores personagens, sua história, seus vilões e principalmente, sua jogabilidade.
No final das contas “Mortal Kombat” não é apenas um Reboot, é realmente a sequência da série, mesmo que nos levando de volta para o início de tudo.
O som do game está quase perfeito, sendo aqui uma única crítica a mudança na voz de Shao Khan ao falar “Fatality” ou coisas do gênero, que jogadores novos na série não conseguirão identificar, mas que mais antigos verão que ficou bastante diferente. Não atrapalha, mas poderia ser melhor. As músicas estão muito boas, os sons do cenário ainda mais. As vozes dos lutadores e suas dublagens estão muito bem feitas, não perdendo em nada para produções cinematográficas. Além ainda dos barulhos dos robôs, que quando batem ou apanham fazem um som de lata bem característico.
Um ponto negativo é que enquanto passam os vídeos da história, o som fica muito mais baixo que na luta, algo bastante simples e que poderia ter sido resolvido antes do lançamento.
Como já é esperado nos games recentes, os gráficos de Mortal Kombat estão realmente magníficos, ainda mais quando se fala de todo o conjunto, como cenários, objetos em movimento, planos de fundo, enfim. Tudo o que se espera está lá.
Mas onde o game se destaca mesmo é nos lutadores. Conforme a luta se desenrola e os lutadores vão apanhando ou batendo, ambos vão ficando cheios de escoriações pelo corpo, vários “talos” de pele saem do corpo e fica a mostra pele em carne viva, olhos inteiros ou completamente roxos (coitada da Kitana), no caso de Scorpion é possível ver quase todo o crânio de caveira que fica coberto pelo uniforme, ou Kabal, que chega a ficar quase sem a máscara de tanto apanhar.
As personagens femininas, para os amantes de polígonos em forma de mulher, ficam praticamente com partes das roupas somente nos locais… hãã …íntimos, porque o resto vai rasgando durante a luta.
Outro ponto já citado, mas merece melhores detalhes são os cenários. É um presente para qualquer fã da série ver o cenário da ponte do primeiro Mortal Kombat, que em outros momentos se transforma no cenário da ponte do Mortal Kombat 2, onde enquanto você luta percebe dois personagens lutando ao longe. Fora outros cenários, que mesclam os três primeiros MKs, como a do metrô que está fantástica e possui um dos melhores “Pit” (fatais de cenário) do game. Temos também alguns cenários novos, e na versão do Playstation 3 um dos cenários é o palco da primeira parte da luta final de God of War 3, praticamente idêntica ao que se viu no game estrelado por Kratos.
E por falar em Kratos, ele está lá, como um dos personagens jogáveis. Para os fãs e possuidores do Playstation 3 é um bom bônus, mas nada que fará os donos do Xbox 360 ficarem se sentindo mal por não tê-lo.
Ele tem uma boa jogabilidade e fatalities fantásticos, mas no final das contas os personagens originais da série são tão bons e tão marcantes, que Kratos, fica esquecido, da mesma forma que ficou na tela de seleção, onde só aparece enquanto não liberamos um dos personagens secretos do game que, diga-se de passagem, este personagem é uma das melhores surpresas, desde importância na história até no seu próprio gameplay. Depois que liberamos este tal personagem, Kratos some da tela de seleção e só aparece quando o cursor é colocado sobre o novo lutador.
Temos 26 personagens neste Mortal Kombat (contando com KRATOS), sendo: Scorpion, Liu Kang, Kung Lao, Sub-Zero, Sindel, Ermac, Reptile, Kitana, Johny Cage, Jade, Mileena, Nightwolf, Cyrax, Noob, Smoke (humano), Sektor, Sônia, Jax, Kano, Striker, Shang-Tsung, Baraka, Kabal, Raiden e Sheeva. Temos outros dois personagens, que por sua vez são secretos e um deles já dei dicas acima. O outro vem de outros Mortais Kombat e tem uma grande importância na história deste.
Além dos jogáveis, ainda temos Shao Khan, Goro e Kintaro como não jogáveis.
Ainda nos personagens, é incrível a maneira como resgataram e quase reinventaram alguns personagens. De uma vez por todas fica claro como é a origem de quase todos os personagens e principalmente a dos ninjas, que antes eram iguais com cores diferentes, mas agora Reptile e Ermac nada se parecem com Scorpion e Sub-Zero. Os robôs estão muito mais críveis e até mesmo mais importantes em todo o universo do game.
Citando ainda Cyrax e Sektor, no modo história – talvez o mais espetacular do game – conseguimos visualizá-los antes de se transformarem em robôs, e muita gente vai preferir escolher esta aparência para os personagens na tela de seleção. Isso só é possível pela maneira que foi criado este modo de história, pois logo no início do mesmo, percebemos que todos os personagens estão mortos e Raiden batalha contra Shao Khan em busca de salvar o plano da Terra, mas ao falhar, o mesmo manda diversas imagens e lembranças para sua contraparte no passado, para que o mesmo faça com que o futuro se modifique. A partir daí começa (ou recomeça) a história de Mortal Kombat. Para muitos um Reboot, mas está mais para uma sequência, com viagem no tempo e que dá continuidade a história da série. Existem alguns momentos bobos, mas nenhum desses momentos tira o brilho do resultado final.
Todos os games de luta posteriores a Mortal Kombat se sentirão envergonhados se não tiverem um modo de história como esse.
Outro modo que se destaca é a Torre dos Desafios, onde temos CENTENAS de lutas que envolvem tarefas das mais variadas, além de que, entre as lutas aparecem os famosos mini-games da série, como o “Test your Might” (ou Teste sua Força em português brasileiro – sim, o game está em PT-BR!). Querendo ou não, fica difícil não fazer um paralelo novamente com Street Fighter, que trouxe na versão Super Street Fighter IV o retorno dos mini-games do carro e barril.
Ainda na torre, chega a serem hilárias algumas lutas que aqui acontecem. Em uma delas, Mileena quer dar uma camisola a Scorpion, mas claro que o mesmo não quer aceitar, e somente por isso começa uma luta. Em outras, enquanto lutamos, alguns ninjas parecidos com Sub-Zero ficam mandando “gelinhos” nos personagens enquanto os mesmos lutam, influenciando no resultado final da mesma. Fora que em alguns momentos você além de lutar contra um ou dois personagens, terá que enfrentar TRÊS (um de cada vez) e com a mesma barra de energia, e para piorar um deles pode ser Shao Khan. É um modo bem diversificado, extremamente divertido e cheio de surpresas!
Temos ainda o modo Arcade, onde lutamos com alguns personagens até chegar em Shao Khan, além do modo treino, que podemos treinar combos ou até mesmo fatalitys, em modo específico pra isso, onde o único dos fatalitys de cada personagem é mostrado na tela. Por falar em comando de fatality, essa é a primeira vez que um Mortal Kombat traz em sua lista de golpes os fatalitys dos personagens, podendo até mesmo dar pause para olhar. Para os saudosistas não vai ser legal, mas para quem não quer perder tempo decorando é uma boa.
No modo Versus uma novidade. Assim como no modo Arcade que podemos escolher dois personagens e ir trocando conforme a luta acontece, podemos jogar com quatro pessoas, sendo dois contra dois. Quando um dos jogadores der o comando da troca, o outro controla o segundo personagem. Além de dar um dinamismo quando se tem muitas pessoas jogando, traz um nível de diversão além do esperado.
Aqui está o ponto onde a maioria dos fãs estava esperando, pois nas últimas versões (sem contar o crossover com a DC), Mortal Kombat trazia uma jogabilidade sem característica própria, que nem de longe lembrava um jogo da franquia. Assim, não iria adiantar de nada termos um game com todas as características citadas acima com uma jogabilidade estranha. Mas aqui é realmente onde o game brilha, pois além de resgatar toda a essência da série, a NetherRealm conseguiu evoluir a jogabilidade sua jogabilidade. Além dos muito utilizados “Ganchos”, temos os pulos com chute, a rasteira segurando para trás e apertando chute, os quatro botões de ação, além da defesa e o (novo) agarrão. Alguns sentirão falta da corrida, pois aqui não existe um botão para isso, sendo utilizado o Dash (dois toques para frente).
A maior novidade, fica por conta da existência da primeira barra de especial em toda a série. Esta barra tem três estágios, e através dela qualquer golpe especial pode ganhar mais força e mais hits, além de em seu segundo estágio poder quebrar combos inimigos, assim jogadores com mais habilidades sempre poderão ser barrados em seus combos, balanceando a experiência.
Quando a barra se enche, aparece um “X” e apenas apertando os dois gatilhos do controle (em ambos os consoles) o personagem faz uma espécie de especial, chamado “X-Ray”. Este golpe graficamente falando é fantástico, e seguindo ao pé da letra realmente faz um Raio-X, mostrando ossos quebrando, ligamentos rompendo, dentes voando, crânios rachando, órgãos e muito mais.
Cada personagem tem sua animação e alguns tiram mais ou menos sangue que outros. Esses golpes junto de um combo por exemplo pode literalmente decidir uma partida e é uma das melhores partes de todo o game.
Sem dar muitos detalhes, essa é o Mortal Kombat mais violento de todos. Se era isso que os fãs pediam, é isso que eles tem em mãos. São cabeças cortadas ao meio, corpos totalmente dilacerados ou também cortados ao meio, e em muitas vezes cortados de cima para baixo e não pela cintura. É um show de horror sanguinolento que fará sua mãe, namorada, irmã ou qualquer mulher olhar e dizer: “Nossa, que nooojo!”. Mas é isso que Mortal Kombat é e nunca deveria ter deixado de ser.
Sem dúvida nenhuma, esse é o melhor Mortal Kombat de toda a série. Jogabilidade fantástica, novos elementos, modos de jogo extremamente completos, cenários fantásticos e muitos destraváveis por meio da Krypta, (um cemitério que você adquire tudo de extra no game, através de pontos adquiridos nas lutas) faz qualquer jogador de Mortal Kombat feliz da vida. Um marco na história da série, e porque não na história dos games, pois acabamos de presenciar (e jogar) o renascimento do maior dragão dos games de luta.
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NOTA:
Gráficos: 9.7
Som: 8.5
Jogabilidade: 9.8
Diversão: 10.0
NOOBZVIEW: 9.5
Por Ariel
@arielsis
Ótimo artigo!
E esse MK realmente voltou às origens, está demais! Eu amei. Valeu a pena esperar todo esse tempo pra pôr as mãos num jogo como esse, muito lindo e rende diversão até umas horas… Pena que ainda não consegui entrar pra jogar online, maaaaaas… hehe
😉
Valeu Aninha!!!
To indo jogar essa semana, mas já to animado com o feedback positivo da galera,
Beijocas…
Adorei o artigo!
E eu amei ele quando joguei, só pelo fato de ter voltado os golpes antigos já fiquei mega feliz e é claro rever os cenários do MK2 *_*
Vale a pena jogar!
Bjs =*