Série: LOL – Se Rir Já Era
Temporada: Primeira
Review Noobz: Ataliba (@AtalibaNoobz)
————————————————
O Amazon Prime Video Brasil já está investindo na comédia brasileira a tempos com diversas produções e em meio a sua jornada trouxe para nossas terras a edição nacional do sucesso global Last One Laughing. Essa série é um reality show em que vários humoristas, comediantes e atores da comédia se reúnem em uma competição onde existe apenas uma regra, não pode rir.
Tom Cavalcante e Clarice Falcão ficaram incumbidos de apresentar e serem nossos guias em LOL: Se Rir, Já Era!. O Prime Video fez sua parte com uma divulgação pesada e agora a é questão, eles conseguiram fazer algo digno de tanta divulgação?
O Elenco e o Equilíbrio Perfeito
Com seis episódios de 30 minutos, o reality show reúne Nany People, Thiago Ventura, Bruna Louise, Estevam Nabote, Diogo Defante, Marlei Cevada, Igor Guimarães, Flavia Reis, Noemia Oliveira e Yuri Marçal juntos em um estúdio com 46 câmeras. Os participantes se desafiam para ver quem consegue ficar sem rir e, ao mesmo tempo, tentam fazer seus oponentes gargalharem. A última pessoa a restar no jogo ganha um prêmio de R$ 350 mil, que será revertido para uma instituição de caridade escolhida pelo vencedor. Vale citar que o tempo limite para isso acontecer é de 5 horas!
O que me surpreendeu no primeiro episódio, e foi uma das receitas de sucesso do humorístico, foi a escolha do elenco. Tom Cavalcante, é claro, dispensa apresentações, um grande gênio da comédia, mas o que me chamou a atenção foi o equilíbrio na escolha dos competidores. Temos humoristas do stand up, atrizes da TV e do teatro e um encontro de gerações que carregam os mais variados estilos de humor. Muitos ali eu não conhecia, mas me ganhou ao saber que tínhamos uma rainha do teatro como Flavia Reis e uma estrela da Praça é Nossa como Marlei Cevada, por exemplo. Independente de gostar ou não de teatro ou de programas como a Praça é Nossa, ver essa mistura de estilos interagindo com Diogo Defante, por exemplo, muito conhecido na internet, ou uma referência no stand up como Bruna Louise foi muito divertido.
Mas queria abrir um espaço em especial para falar de Nany People. Achei muito bacana colocarem alguém de uma outra geração, isso foi muito bonito e um reconhecimento. Mas não foi apenas pela cota, como brinca Nany em sua apresentação, ela foi e fez por merecer, tanto que ganhou minha simpatia e minha torcida. Não tanto por seus números, mas seus comentários improvisados e sagazes muito engraçados, que quebraram muitos comediantes lá dentro. Esse encontro de gerações também gerou vários momentos divertidos com piadas da cultura pop envolvendo, por exemplo Harry Potter, Memes ou Pokémon, em que Nany ficava completamente perdida e sua reação tentando entender o que estava acontecendo ou porque todos achavam graça era hilário. Em certo momento ela até se emociona por estar podendo viver algo tão bacana em meio a comediantes tão importantes da cena hoje no Brasil e é tocante entender todo o contexto de sua história e o fato de não ser tão conhecida da internet para tantos novos brasileiros e ainda assim estar lá tendo essa oportunidade e brilhando ao viver essa experiência.
Apenas para não ser injusto também destaco aqui Igor Guimarães, Estevam Nabote e Thiago Ventura que roubam a cena diversas vezes sendo pontos chave para o sucesso dessa primeira edição.
De maneira geral, todos tiveram seus momentos de protagonismo, com exceção de Yuri Marçal, que em meio a tantas peças hilárias acabou se deixando ofuscar por se concentrar mais em não rir do que em ter seus momentos de brilho. Dessa forma, o humorista passa por essa primeira edição sem nos deixar algum momento memorável.
Uma Produção Digna de um Grande Show
Eu assisti LOL: Se Rir, Já Era! sem muitas expectativas e pretensões e já fui fisgado no primeiro episódio sendo obrigado a maratonar os três episódios iniciais. Vale citar que foram lançados três episódios no dia 3 de dezembro e mais três no dia 10 de dezembro.
Foi muito divertido acompanhar os participantes chegando na casa do reality e descobrindo quem eram seus concorrentes e até mesmo mostrando que uns não conheciam os outros. Essa espontaneidade do primeiro contato já me conquistou.
Todos reunidos e começa a competição e meus amigos, fiquei impressionado com a estrutura que o Prime Video preparou para o reality. Belos cenários, câmeras que não deixavam passar nada e uma edição de se tirar o chapéu, que não deixa a desejar para nenhuma grande produção de reality mundo a fora. A equipe Prime Video, no geral, fez tudo com uma maestria admirável de se tirar o chapéu. Aliás, os ganchos perfeitos entre um episódio e outro me obrigavam a continuar assistindo sem parar!
Em meio a esse encanto com a produção e acompanhando curiosamente a jornada para ver quem seriam os eliminados eu me diverti tanto nos três primeiros episódios que não me aguentava na expectativa dos episódios finais. As performances eram muito boas, mas a naturalidade, os improvisos, comentários soltos e o esforço de todos para não rir era hilariante.
Os participantes tinham 5 horas para revelar um vencedor, ao fim dessas horas alguém tinha que sair com o título e assim, pouco a pouco, os humoristas vão sendo eliminados. Não sei se por conta da expectativa ou por cansaço dos que ainda restavam na disputa (cansaço esse expresso por eles em vários momentos), em algum momento nos episódios finais a tentativa em fazer os outros rirem começa a ficar um pouco forçada e superficial e perde toda aquela naturalidade que me conquistou no início. É compreensível e não derruba o show, apenas diminui um pouco o altíssimo nível inicial, mas ainda assim continua no topo.
Houveram algumas sugestões de brincadeiras e dinâmicas por parte da dupla de apresentadores que não ficaram tão legais e outras que apenas preencheram espaço, principalmente nos episódios finais, contribuindo para os intervalos de real graça da atração.
Tom Cavalcante de Corpo e Alma
Tom Cavalcante merece destaque! Depois de assistir aos primeiros episódios li sobre a empolgação dele quando recebeu o projeto e como ele se divertiu vendo outras versões do programa para se preparar. Me chamou a atenção a maneira como ele entrou no programa de corpo e alma demonstrando conhecimento sobre todos os participantes, referências e personagens dos humoristas. Costumamos ver em muitos realitys, grandes estrelas que só emprestam seu rosto famoso para apresentar e fazer o seu papel, muitas vezes distante do que acontece ali, mas com Tom foi diferente, ele estava completamente inserido no universo e isso é algo que merece respeito e que mantém o espectador altamente imerso naquela jornada.
Clarice Falcão co-apresenta o reality com Tom Cavalcante e também faz de tudo para estar presente e atuante no show, porém, me pareceu deslocada em diversos momentos. Algumas piadas com Tom sobre o botão não funcionaram tão bem e hora estava ali ao lado do Tom nos conduzindo com maestria, mas vezes estava tentando criar algo novo com os eliminados que não funcionava muito bem, deixando o companheiro sozinho na condução da sala principal.
Gostinho de Quero Mais
É muito difícil acertar a produção de um reality show e a primeira edição brasileira de LOL: Se Rir, Já Era! foi de altíssimo nível. Ainda há muito espaço para evolução, depois de entender do que o show se trata, melhorias de algumas dinâmicas, algumas quebras nos momentos mais avançados, mas apenas de alguns pontos pequenos aqui e ali, que podem ser melhorados. Valeu demais a experiência de assistir. Você fica tão apegado com diversos componentes da competição que seria difícil imaginar uma versão sem eles, mas o Brasil está repleto de grandes nomes e o show merece continuar! E se você assistir e gostar, não deixe de conferir os extras, que tem um vídeo de bastidores muito legal!
Trailer
Nota: 8.0
Be the first to leave a review.
This review has no replies yet.