Capitã Marvel brilha, mas fica muito longe de seu potencial!

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Loja Universo Noobz
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Filme: Capitã Marvel

Direção: Anna Boden, Ryan Fleck
Crítica Noobz: Ataliba Leonel

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Capitã Marvel

Neste dia, 7 de março de 2019, véspera do Dia da Mulher, a Marvel estreou seu mais novo longa, Capitã Marvel, o primeiro filme de seu universo compartilhado protagonizado por uma super-heroína.

Duas Responsabilidades e Um Grande Problema

O filme chega com responsabilidades enormes dentro da Marvel, cujas principais são a de apresentar uma mulher poderosa e introduzir aquela que será uma das principais lideranças dos Vingadores nos próximos anos, visto que a atriz Brie Larson assinou contrato para 7 filmes.

A boa notícia é que o filme cumpre com maestria duas de suas principais missões. A má notícia é que o filme para por ai desperdiçando uma oportunidade única de fazer um longa épico.

As Mulheres estão no Poder!

Brie Larson entrega uma Capitã Marvel a altura do que era esperado, o que pode surpreender aqueles que esperavam menos, devido à críticas geradas por haters antes do lançamento do filme. Porém, também pode decepcionar alguns, visto que o filme foi vendido como aquele que apresentaria a personagem mais “Bad Ass” dos cinemas, colocando Capitã Marvel como um ícone tão grande como a Mulher-Maravilha. Isso de fato já está acontecendo e vai acontecer cada vez mais, mas não por méritos do filme e sim pelo Universo Marvel.

Lashana Lynch

Ainda no universo Girl Power o atriz Lashana Lynch também se destaca, entregando uma personagem forte e com muito carisma, atuando na trama como um dos braços fortes da protagonista. A pequena Akira Akbar, que vive a personagem Mônica, também tem um papel simbólico da nova geração de meninas que crescerá inspirada pela Capitã Marvel.

Por fim, o filme apresenta as dificuldades que as mulheres enfrentam e o quanto são subestimadas em diversas atividades do dia a dia de maneira sutil, diferente das acusações que vinha sofrendo de ser uma bandeira feminista. Existem diversas alterações na origem da personagem nesse sentido para tornar a trama mais coerente e atual, o que não deve incomodar os fãs dos quadrinhos, por sua pertinência.

Os Coadjuvantes levam o filme

Se Brie Larson faz bem o feijão com arroz da Capitã Marvel, Samuel L. Jackson rouba a cena. Com uma versão mais descontraída de Nick Fury, o ator mostra uma nova faceta do agente secreto que está encantado com o novo universo que se abre diante dele.

Ben Mendelsohn, que interpreta o líder dos Skrulls, Talos, é outro que se destaca. Apesar de estar com muita maquiagem, ele entrega cada feição do personagem com perfeição e passeia entre o sério e o cômico com maestria.

Vale destacar, também, as participações de Annette Bening e Jude Law, que entregam muito bem seus respectivos papéis.

Por fim, um dos personagens mais comentados pela crítica especializada depois de sessões fechadas foi a do gato Goose, que de fato chama a atenção, mas talvez devido à expectativa criada por tantos elogios acabou não me surpreendendo tantas vezes quanto eu esperava.

A Trilha Sonora e os Anos 90, uma Grande Oportunidade Desperdiçada


Capitã Marvel apresenta uma história com muito potencial, um ótimo elenco, uma Brie Larson pronta para ser a super heroína que queremos, um potencial de ambiente incrível, mas tudo isso é destruído por uma direção falha de Anna Boden e Ryan Fleck.

A Marvel vendeu o filme como uma verdadeira viagem nostálgica aos anos 90 em seus trailer, algo que não conseguiu entregar no filme, o que é realmente frustrante. A cena mais interessante dessa viagem ao passado é a queda da heroína em uma Blockbuster, algo que já havia sido apresentado no primeiro trailer do filme.

Outro ponto que deixa a desejar é a trilha sonora. Apesar de uma escolha interessante de músicas, os momentos e a forma em que são usados é fraca. Em uma das cenas de batalha, embalada com uma música dos anos 90, a impressão que fica é que Capitão Marvel queria entregar uma versão de Guardiões da Galáxia onde as músicas ajudam a contar a história. A ideia é genial, porém a execução fica muito, muito, muito aquém e não consegue repetir o feito de James Gunn nos filmes dos heróis espaciais.

Capitã Marvel Nick Fury

Ainda falando de passado vale ressaltar a perfeição com que Samuel L. Jackson foi rejuvenescido, mostrando que a Marvel cada vez mais domina essa arte. Apesar disso, Clark Gregg também passou pelo mesmo processo e aparece meio “esquisito” em algumas de suas poucas cenas.

Conclusão

Capitã Marvel é um filme que vale a pena ser assistido por fazer parte do Universo Cinematográfico Marvel, pois nos entrega muitos elementos interessantes dessa rica mitologia cinematográfica. Já sozinho, como filme, ele não se sustenta e estaria condenado a ser exibido eternamente nas “sessões da tarde”. O que mais dói é que o filme estava lá, o potencial estava lá, o elenco era bom, mas a direção errou nas músicas, na ambientação, em cenas de ação e a impressão que fica é que Capitã Marvel se limita a ser um filme de introdução da personagem para o Universo da Marvel e só. Uma pena.

Capitã Marvel

Apesar disso, a personagem mostra muito potencial para surpreender juntos aos Vingadores, assim como Thor, Homem-Formiga e Doutor Estranho, que roubam a cena quando reunidos aos outros heróis, mas não conseguem o mesmo destaque em seus filmes solo. (ok, Thor conseguiu em Ragnarok, mas só).

Em tempo 1: A introdução da logo da Marvel Studios nesse filme fez com que meu ingresso valesse a pena.

Em tempo 2: O filme conta com duas cenas pós-créditos. A primeira de arrepiar e uma segunda que só vale a pena assistir porque você já está lá no cinema e pagou caro pelo ingresso.

Trailer




Avaliação: 6.0/10

Por Ataliba Leonel

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