BGS 2018 – Conheça a empresa brasileira por trás do game Magic: The Gathering – Puzzle Quest!

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Loja Universo Noobz
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Magic: The Gathering - Puzzle Quest

O Noobz esteve presente na 11ª edição da Brasil Game Show e aproveitamos para conhecer um pouco mais sobre a Oktagon Games, tradicional desenvolvedora brasileira que está à frente de Magic: The Gathering – Puzzle Quest, jogo gratuito disponível para iOS e Android, baseado no mais famoso e tradicional card game do mundo.

Para conhecer um pouco mais sobre a Oktagon Games conversamos com o senior Game Designer da empresa, Thomas Semim Leme, que nos falou um pouco sobre a história da desenvolvedora e sobre os desafios em se trabalhar com um jogo de presença mundial da popular franquia Magic: The Gathering.

Magic: The Gathering - Puzzle Quest

Noobz: Primeiramente gostaria que você apresentasse a Oktagon Games para nossos leitores.

Thomas Semim: A Oktagon Games, na verdade, é uma das empresas mais antigas que existe no mercado do Brasil. Ela já atua a 14 anos. Iniciou com o nome de Calibre Games e ai mudou o nome para Oktagon Games. A empresa nasceu no Rio de Janeiro e em Londrina-PR e hoje está focada apenas em Londrina, tanto que o corpo principal da equipe mora em Londrina e algumas pessoas trabalham remotamente em outros lugares. Eu particularmente sou de São Paulo e trabalho de São Paulo para a Oktagon.


A Oktagon já trabalhou com diversos tipos de modelos de mercado. Ela começou voltada à consoles, mobiles e b2b para clientes (Business-to-business, é a denominação do comércio estabelecido entre empresas) e hoje se especializou em um modelo chamado live ops. Que é o que? Você pega jogos que já existem, já estão encaminhados e a publisher contrata a gente para resolver o problema. Ou para continuar o jogo, ou lançar um novo conteúdo, que é o caso do Magic, por exemplo.

Noobz: E vocês estão na Brasil Game Show 2018, trazendo o game mobile Magic: The Gathering – Puzzle Quest, inspirado no mundialmente conhecido card game. Como está sendo a experiência de trabalhar em um título de tamanha importância e como ele acabou chegando às mãos da Oktagon Games?

Thomas Semim: Para começo de conversa eu sou suspeito de falar, pois sou muito fã de Magic, então para mim estar nesse projeto foi um divisor de águas. Tanto para mim, quanto para a empresa e também para o Brasil, pois estamos mostrando que o país é capaz de fazer jogos fortes, grandes de grandes renomes. E estamos botando a cara a tapa.


Agora, como chegou às nossas mãos foi meio difícil, na verdade. Nós lutamos bastante para conseguir esse projeto. A Oktagon tem um histórico de live ops, de pegar outros jogos como por exemplo Battle Ages e Battle Islands para console. Então aconteceu que já tínhamos um projeto iniciado de uma outra franquia grande que era um pouco relacionada e a empresa que fazia o game de Magic: The Gathering inicialmente fechou por motivos próprios, que era uma empresa canadense. Dessa forma a publisher começou a procurar novos desenvolvedores pelo mundo, para dar conta de continuar o projeto. E ai ela fez uma entrevista com diversas empresas mundo a fora. Fizeram uma entrevista muito ferrenha. Eles entrevistaram toda a equipe, estudaram o que a empresa já havia feito, o poder de fogo dela, como ela estava no momento e dentre todas elas a Oktagon foi a selecionada. Nós lutamos bastante, fomos até o Canadá, fizemos entrevistas, mas no fim conseguimos. E estamos muito felizes com isso. Já estamos há um ano e meio fazendo Magic e está se provando um projeto muito legal, não só para nós, pois ele está dando dinheiro para as publishers, o que faz com que elas invistam em mais projetos, o que acaba se tornando diferente de outros jogos em que você lança, eles tem um pico e cai. Esse é um jogo em que só crescemos, então estamos expandindo a equipe, mantendo o jogo, crescendo mais ainda e enquanto estiver dando certo vamos continuar fazendo ele.

Noobz: E como é o ritmo de trabalho em Magic: The Gathering – Puzzle Quest atualmente?

Thomas Semim: Nós trabalhamos lançando novas coleções a cada três meses. Então é um trabalho intenso, pois a Wizards lança a cada três meses algum pack  para o Magic. Nós recebemos esse conteúdo antes e temos que adaptá-lo para o game e lançar em conjunto com o card game. Então a cada três meses estamos em um processo intenso que não para. É sempre lançando a coleção nova, melhorando o jogo, então é pesado.

Noobz: E vocês cuidam do game a nível mundial?

Thomas Semim: Mundial! O jogo é mundial. Eu gosto de dizer que trabalhamos para todos os mercados e não para apenas um. O Brasil por mais que tenha um alto consumo, também há uma alta demanda de jogadores em outros lugares do mundo, então mercadologicamente faz sentido para a gente lançar o game visando o mundo. Até porque o Magic é forte em vários países como Estados Unidos e Inglaterra. Mas ele está no Brasil também, damos apoio ao game e aos jogadores do país, mas é um título que cresce em todo o mundo.

Noobz: E quais os maiores desafios de trabalhar com com uma marca tão importante, forte e querida por uma legião de fãs?

Thomas Semim: Eu não vou dizer que é um desafio, porque eu entendo isso, mas vou lhe dizer que existe uma burocracia muito grande. Pois, como estamos trabalhando em uma franquia muito querida pela Wizards of the Coast, ela acaba tomando muito cuidado com tudo relacionado à marca. Dessa forma, tudo o que fazemos tem que ter uma aprovação previamente com a publisher, que é a D3 Go! e com a Wizards of the Coast. Não que isso seja errado ou seja um problema, porque eu entendo perfeitamente que isso precisa ser feito, pois eles estão protegendo a marca deles. Porém, são necessárias muitas aprovações, como por exemplo, estarmos aqui na BGS, não basta dizer que vamos estar lá. Temos que falar com a Wizards para ter permissão. Tudo o que vamos fazer eles precisam aprovar, pedem alterações. Até mesmo na hora de desenvolver, eu sou game designer e temos uma equipe de game designers e tudo o que fazemos tem que ser enviado para eles para ser aprovado. As vezes acontece de dizerem que algo não ficou legal e então temos que mudar tudo. Além disso, existem os desafios técnicos, porque como é um jogo muito grande, estamos sempre brigando com o servidor. Temos uma equipe técnica que está sempre lá dando o sangue para não deixar nada cair, nada dar problema. Então por ser um projeto muito grande ele tem muitos desafios, mas ainda assim é muito recompensador.

Noobz: E em termos de futuro? A Oktagon está trabalhando em outros projetos?

Thomas Semim: O Magic vai continuar! Temos uma equipe focada nele. Enquanto estiver dando dinheiro ele vai continuar. Também temos outros projetos de live ops que estão para entrar, mas principalmente, o que podemos adiantar é que o primeiro edital da Ancine que foi publicado, nós passamos com Raidboss, que é um título programado para ser lançado em 2019. Ele é o nosso próximo grande jogo, totalmente autoral. E também temos outras coisas que ainda não podemos divulgar. Mas estamos muito felizes com tudo o que está acontecendo.

Noobz: Um recado final para quem não conhece a Oktagon Games e o game Magic: The Gathering – Puzzle Quest?

Thomas Semim: Apoiem o desenvolvimento brasileiro. Baixem nossos jogos, compartilhem, deem cinco estrelas, pois nós precisamos disso. Mostrar que o Brasil está sabendo fazer as coisas. E confiar na gente, porque o brasileiro está mostrando que é capaz.

Para baixar o game, basta entrar no Google Play – Magic: The Gathering – Puzzle Quest para Android! ou no iTunes – Magic: The Gathering – Puzzle Quest no iTunes.

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