Game: The Walking Dead Episódio 1: Um Novo dia
Desenvolvedora: Telltale Games
Distribuído por: Telltale Games
Plataforma Utilizada: PC
Também para: Xbox 360 e PS3
Noobzview: Ariel (@Arielsis)
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Valeu à pena: Todo o clima característico da série de TV e principalmente dos quadrinhos
Não valeu a pena: Bastante curto, mas é apenas o primeiro episódio!
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The Walking Dead vem fazendo história desde que foi lançado em 2003 no formato de quadrinhos. Em uma mídia tomada por super heróis cheios de poderes, The Walking Dead ganhou muito espaço por tratar de um assunto bastante aclamado por todos: ZUMBIS!
O quadrinho, que até hoje é lançado e está chegando a sua 100ª capa (pronto, datei o review rsrs), vem somando mais e mais fãs em todo o mundo. Com todo este sucesso, em outubro de 2010, o idealizador e escritor da série Robert Kirkman, trouxe sua história sobre sobreviventes para a TV através do canal AMC, e agora é a vez dele invadir nossos vídeo-games com sua horda de zumbis através da Telltale games, conhecida por diversos títulos de adventure (aponte e clique) como Sam & Max e o mais recente De Volta para o Futuro.
Se você esteve preso no Iraque e não sabe do que se trata The Walking Dead vai um resumo: Rick Grimes é um oficial da polícia que durante um tiroteio é baleado e vai parar no hospital. Ao acordar, ele percebe que está sozinho naquele lugar e que não sabe exatamente quanto tempo ficou dormindo . Ao sair do hospital ele se vê em meio a um apocalipse zumbi (que ele até aí desconhece) e desesperado e sem rumo, sai em busca de sua família. Ao encontra-los, sua missão é protegê-los, mas por seu espírito de liderança acaba por ficar a frente de um grupo inteiro de sobreviventes, enquanto lida com o fato de seu melhor amigo ter tido um caso com sua esposa pois pensavam que ele estava morto. A história pode parecer clichê, mas Kirkman consegue acertar em cada ponto crucial da história, trazendo um clima tenso e um desenvolvimento de personagens único. The Walking Dead é sobre zumbis, mas muito mais sobre pessoas.
No game, a história é contada do ponto de vista de Lee Everett, um personagem bastante carismático, ultra mega bem dublado e que de cara ganha a simpatia do jogador, o que é importante neste tipo de game em que a missão principal é continuar vivo, pois você não quer ver o personagem ser dilacerado pelos zumbis.
Ele é um detento que estava em direção a delegacia, sendo levado por um policial que vai conversando com ele durante todo o caminho, até que acontece um acidente de carro e ao acordar ele também se vê em meio aos zumbis. Ao fugir a pé dos mortos vivos, ele encontra Clementine, uma pequena garota que teve seus pais mortos, possivelmente por algum ataque dos zumbis. Clementine agora está sozinha e Lee se vê na obrigação de ajuda-la ou simplesmente faz desse fato um motivo pra continuar vivo. E assim o game realmente começa.
A Telltale não é conhecida por criar games com belos gráficos. Pelo contrário, todos os seus games tem uma cara de geração passada.
The Walking Dead consegue ficar no meio termo, apresentando uma ótima direção de arte, que reproduz todo o clima e ambiente dos quadrinhos e série de tv de forma digital. Os gráficos parecem totalmente desenhados, é como se estivéssemos lendo (ou assistindo) uma história em quadrinho totalmente interativa. Os modelos dos personagens são muito bons! Mas quem acompanha somente a série de TV pode achar esquisito, pois todos os personagens do game são bastante parecidos com os do quadrinho. Os zumbis é que poderiam ser um pouco melhores, pois repetem bastante e são, por diversas vezes, estranhos. Mas pensando bem, todo zumbi é estranho, não?
O som está ok, com ótimas músicas, efeitos e afins, mas onde o game realmente se destaca é na dublagem. Lee é tão bem dublado que tudo se torna extremamente crível. Você realmente se importa com o personagem, muitas das vezes pela forma que ele age, por sua expressão facial ou pela forma que ele é dublado. Todos os outros personagens também são muito bem dublados, mas Lee é acima da média.
Como já mencionado, o game é um adventure “aponte e clique”, mas possui diversos momentos que lembram os famosos “Quick Time Events”, onde o personagem toma alguma atitude baseada em botões que o jogador aperta em determinados momentos. Em The Walking Dead tudo isto está presente, mas como uma evolução, pois além de poder mirar e usar armas, cada clique tem que acontecer em momentos muito bem arquitetados para que Lee consiga matar um zumbi com um tiro por exemplo. Aqui o jogador não mira como em Resident Evil, existe toda uma forma única, que se encaixa muito bem as situações que o personagem vive, mas que basicamente fica muita mais clara jogando o game. Apenas posso dizer que está muito bem feito e divertido.
O game se passa em paralelo aos eventos dos quadrinhos ou da primeira temporada da série. O jogador conhecedor da série poderá saber por exemplo como era um dos filhos de Hershel antes de ele prender os zumbis no celeiro (isso é spoiler pra você?).
Kirkman está supervisionando e escrevendo a história para o game, então com certeza o game faz parte de todo o arco de The Walking Dead, e tudo que acontecer aqui poderá ter algum reflexo nos quadrinhos ou série (se é que já não teve).
Se há uma coisa que Kirkman sabe criar são personagens. Apesar de em uma história sobre zumbis, que demonstra claramente quem são os personagens principais, quando personagens secundários aparecem, é fato que um dia eles terão seus miolos e tripas comidos por zumbis, apenas pra mostrar os perigos que os personagens principais correm. Mas além do fato de Kirkman conseguir dar profundidade para qualquer personagem, independente da importância do mesmo pra história, ele também não tem dó de matá-los. E seguindo estas regras, Kirkman consegue fazer qualquer personagem ser carismático e o leitor, telespectador ou gamer ficar extremamente preocupado com todos os personagens, sem exceção.
Isto para um game é extremamente importante, o carisma de um personagem. Afinal, porque lutar pela vida de um personagem sem graça, sem profundidade e sem um bom motivo para tal? Lee tem todos estes atributos: É carismático, seja pelas suas feições, que fazem o jogador saber imediatamente que tipo de sentimento ele está sentindo, seja por sua dublagem (que torno a dizer que é muito bem feita e serve de exemplo). Mas além de todo seu carisma, a história que o envolve, os motivos dele, a forma que ele é apresentado ao jogador é o que conta. Pois ao contrário de Rick, que protagoniza a série e quadrinhos sob a alcunha de um policial, durão, líder, que toma diversas decisões difíceis, Lee é um detento, que foi condenado por um assassinato, e que diferente de Rick que não tem nada a esconder e por isso lidera, Lee não pode aparecer tanto assim, pois alguém pode o reconhecer. Mas Lee também tem um espírito de líder, e acaba sendo sempre o foco, mesmo quando quer evitar. Seja por perguntas que o fazem, por situações que ele vive. Lee é alma do game, assim como Rick e tudo que o envolve é a alma da série. Seria muito importante após a conclusão dos 5 capítulos do game que Lee fosse incorporado aos quadrinhos e posteriormente a série. Desde que ele não morra no game, vai saber…
The Walking Dead poderia ser um game completamente diferente, algo capaz de rivalizar com Resident Evil, mas decidiram por jogar a responsabilidade pra TellTale, e daí só poderia acontecer o óbvio:
O game ser um adventure. E é incrível como a atmosfera de The Walking Dead se adaptou perfeitamente a este tipo de game e com certeza todos os fãs, sejam das HQs, sejam da série vão gostar e ficar curiosos pros próximos capítulos. Vida longa a Kirman, Rick, Lee e aos Zumbis!
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NOTA:
Gráficos: 8.5
Som: 8.5
Jogabilidade: 9.0
Diversão: 9.0
NOOBZVIEW: 8.7
Por Ariel
@Arielsis
gostei mt desse jogo,pena que ele n roda no meu pc ruim