Quem não se lembra de George Clooney em Plantão Médico, no início dos anos 90? Ou nunca viu um episódio de Grey’s Anatomy, em sua 14a temporada, a série mais vista de 2017? Impossível, também, não pensar nas sacadas geniais de Hugh Laurie em Dr. House.
Fiel a essa tradição, “THE RESIDENT” estreia no Brasil hoje, dia 4 de julho, às 22h15, no canal FOX com uma mistura que promete fazer buzz: elenco de peso – Matt Czuchrt, Emily VanCamp, Melina Kanakaredes e Bruce Greenwood – bastidores da medicina e o lado mais humano dos profissionais da saúde.
“As pessoas têm muito pouco conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano. Entram no Google e querem assimilar em poucos minutos o que médicos levam anos estudando. Google traz informação, mas não conhecimento”, disse a doutora psiquiatra Carolina Hanna.
Conversamos com a Dra Hanna e o Dr Márcio Gerhadt para entender por que essas séries exercem tanto fascínio.
Permitem a gente se identificar e ressignificar
As séries médicas oferecem, a partir de uma distância segura, um contato com esse universo, deixando a gente explorar o que pode acontecer no dia a dia real.
“Sempre temos um familiar que passou por essa ou aquela situação. Podemos nos identificar emocionalmente e ressignificar o que sentimos diante de um caso de doença na família”, disse a Dra Hanna.
Geram empatia para o profissional de saúde
“Quando vemos um médico no hospital, ele normalmente está ali como herói, desprovido de sua humanidade”, disse a Dra Hanna. Esquecemos que, além do papel profissional, o médico também tem sua parcela de falta e sombra, e precisa cuidar daquilo que não está bem. Essas séries ajudam a criar empatia com esse personagem.
“O interesse pelos seriados médicos, particularmente os que lidam com urgências e emergências, pode ser atribuído à mistura de status e poder em que a profissão está envolta. Nesses seriados, o médico é apresentado de forma a se conectar com o grande público”, completa o Dr Gerhadt.
Mostra os médicos em toda a sua pluralidade
“Como em todas as profissões, as personalidades dos médicos são muito diferentes. Alguns são especialistas em pesquisa científica. Há cirurgiões que se comportam como deuses, se acham o máximo, embora se mostrem mais frios para poder se defender”, avalia a Dra Hanna.
As séries mostram também a complexa tomada de decisão do profissional, desde os enfermeiros, que lidam com os fluidos e as necessidades mais básicas do paciente, até o médico, mais exposto, pois deve levar em conta também os interesses da instituição.
E fragilidade
Muitos médicos parecem arrogantes à primeira vista, mas na verdade se defendem através dessa arrogância e são gente como a gente. “Os médicos sofrem muita pressão. Estudos mostram que, não raro, abusam de álcool e outras drogas e acabam ficando doentes”, afirma a Dra Hanna.
Residências médicas são prato cheio para a ficção
Séries médicas normalmente são procedurais, isso é, a cada episódio, exploram uma nova situação. A residência médica – foco de “THE RESIDENT”, por exemplo – é um treinamento em serviço, e o residente, aluno e profissional ao mesmo tempo. Essas características permitem que sempre haja uma nova história, ou novas histórias, em foco.
“É um processo de aprendizado muito rico, de muito amadurecimento profissional. O residente tem que atuar, mas ainda não sabe tudo. Na verdade, conhece muito pouco”, completa Hanna.
Carolina Hanna é psiquiatra formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, pesquisadora do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do Hospital das Clínicas da FMUSP, com enfoque em psicopatologia e transtorno por uso de álcool e outras drogas.
Márcio Gerhadt é psiquiatra e professor da Pós-Graduação da USP (Universidade de São Paulo).
Sobre “THE RESIDENT”
Com 14 episódios de uma hora cada nessa primeira temporada, o elenco conta com estrelas como Matt Czuchry (“The Good Wife” e “Gilmore Girls”), Emily VanCamp (“Revenge”), Melina Kanakaredes (“CSI: NY”) e Bruce Greenwood (“American Crime Story: The People vs. OJ Simpson”), além de Manish Dayal, Moran Atias, Merrin Dungey e Shaunette Renée Wilson.
O primeiro episódio estará disponível no FOX App de 4 a 18 de julho, para assinantes e não-assinantes. Demais episódios entram no FOX App após exibição da TV, exclusivamente para assinantes dos pacotes FOX+ e FOX Premium.
“THE RESIDENT” é produzido pela 20th Century Fox Television e os produtores executivos da série incluem Todd Harthan (Rosewood), Amy Holden Jones (Mystic Pizza, Indecent Proposal), Rob Corn (Grey’s Anatomy), Antoine Fuqua (Southpaw, Training Day), David Boorstein (Level 26: Dark Revelations), Oly Obst (The Mick, Ghosted) e Phillip Noyce (Patriot Games, The Bone Collector), que também dirigiu o episódio piloto.
*Matéria em colaboração com a assessoria da Fox