Filme: Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes
Direção: Jonathan Goldstein e John Francis Daley
Crítica Noobz: Ataliba (@AtalibaNoobz)
Essa semana chega aos cinemas do Brasil Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves), filme inspirado no universo do famosíssimo jogo de tabuleiro no estilo de RPG Dungeons & Dragons, uma grande febre mundial que foi lançada na década de 70 e desde então vem servindo como fonte de inspiração para diversas obras da cultura pop. Algumas obras, por exemplo, que bebem na fonte de D&D são Stranger Things e as animações Caverna do Dragão e The Legend of Vox Machina.
Apesar de ter acompanhado as obras citadas, eu nunca joguei o jogo, então vale comentar que minha visão sobre o longa não foi a visão de um jogador que talvez tenha algumas expectativas específicas sobre a adaptação e possíveis referências.
Uma aventura bem construída
O longa se passa em um universo medieval fantástico e acompanha bardo Edgin, vivido por Chris Pine, que reúne um bando composto pela bárbara Holga (Michelle Rodriguez), o mago Simon (Justice Smith), a druidesa Doric (Sophia Lillis) e o paladino Xenk (Regé-Jean Page). O objetivo do grupo é recuperar uma relíquia para poder ressuscitar a esposa de Edgin e reconquistar a confiança de sua filha, a jovem Kira, vivida por Chloe Coleman.
Apesar do enredo clichê de um grupo improvável e desajustado se reunindo para partir em uma missão, a química entre os personagens funciona bem. As piadas surgem naturalmente e não fica aquele anti-clímax forçado que estamos nos acostumando a ver em filmes mais recentes da Marvel como por exemplo Thor: Amor e Trovão. Aqui tudo funciona de maneira natural como deve ser. Os diálogos são ágeis, bem humorados e bem interpretados por cada um dos personagens.
A ação também é bem construída e a batalha final traz um pouco do que há de melhor na habilidade de cada um dos personagens, tornando tudo bem construído e divertido do jeito que deve ser.
A trama não surpreende e é bem clichê, mas é um clichê muito bem construído e amarrado com tudo acontecendo como deveria acontecer de maneira natural. A motivação de cada um dos personagens convence e não parece uma desculpa forçada apenas para fazer a história andar.
Os diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley souberam explorar visualmente a construção da habilidade de cada um dos personagens em momentos de infiltração, bem como na grande batalha final. É claro que você as vezes pode se perguntar se tal poder não poderia ser usado em determinado momento, mas a aventura é tão deliciosa de se acompanhar que isso não incomoda.
Um grupo desajustado
Devo confessar que ao ver os primeiros trailer fiquei um pouco receoso com o personagem de Chris Pine, pois me parecia aquele tipo engraçadão que força tanto as piadas que estraga sua imersão, mas me surpreendi positivamente. Ele sim é o engraçadão, de fato, mas sabe alternar momentos de seriedade com uma pitadinha de drama. Seu humor fica sob medida e flui naturalmente dentro da proposta apresentada.
Michelle Rodriguez faz a contraparte mais séria de Pine e é uma excelente escada para que o protagonista possa brilhar da forma natural que a história exige.
Já Justice Smith faz um personagem não muito diferente do que estamos acostumados a ver dele em outros filmes. Um jovem atrapalhado e bem intencionado, porém desastrado. Aqui, porém, é justamente o que a aventura pede e Smith cai como uma luva como o mago Simon tendo diversos momentos de destaque tanto no humor quanto na construção da aventura.
Regé-Jean Page entrega muito bem o seu papel e se destaca quando está na tela. Seu ‘timing’ cômico é muito bom criando situações muito engraçadas que abrem espaço para que outros personagens se destaquem junto com ele, em especial o de Pine.
Dente a equipe principal fechamos com Sophia Lillis que é a que menos brilha em seus momentos e a que tem os poderes com mais potencial menos explorado. Não atrapalha e nem desmerece o trabalho da atriz, mas ela acaba ficando um tom abaixo de seus companheiros.
Já outros dois nomes importantes na trama são os da vilã Sofina (Daisy Head) e Forge Fitzwilliam (Hugh Grant). A primeira faz uma vilã caricata, mas nada que destoe do universo. Mais uma vez clichê, mas aquele clichê bem feito e bem construído que agrega para a trama como um todo. Já Grant está leve, livre e solto se divertindo em seu papel e aproveitando todos os seus minutos de tela, se tornando um dos destaques da aventura.
Por fim, a jovem Kira, vivida por Chloe Coleman, também entrega bem o seu papel colocando boa intensidade dramática quando o roteiro exige.
Leve, clichê e muito divertido
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é uma aventura divertida, bem construída, recheada de situações de tirar o folego, criativas batalhas que agradam visualmente e acima de tudo diverte! É o tipo de filme que te deixa relaxado e ao final dá aquele gostinho de quero mais, podendo ser assistido com toda a família. A dica é que o filme tem duas cenas pós-crédito.
Trailer
Nota: 8.5
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