Filme: Shazam! Fúria dos Deuses
Direção: David F. Sandberg
Crítica Noobz: Ataliba (@AtalibaNoobz)
O universo compartilhado cinematográfico da DC está passando por uma reestruturação liderada por James Gunn e Peter Safran, onde haverá um tom de heroísmo mais leve, trocando o tom realista e sombrio que guiou as produções até agora. As mudanças já foram sentidas em Aquaman, até chegarmos na grande franquia família deste universo que é Shazam!.
O novo longa Shazam! Fúria dos Deuses mantém a linha leve e divertida de seu antecessor, mas o excesso de falta de compromisso atrapalha sua construção.
Dirigido por David F. Sandberg, o longa apresenta o protagonista Billy Batson em uma nova fase de sua vida, onde tem que trabalhar um drama emocional, que chega com a proximidade de seus 18 anos, bem como a união de sua família e a conquista da opinião pública em sua versão heroica.
O filme é uma excelente opção para levar as crianças e a família, pois sua trama é leve e superficial com vilões caricatos, situações óbvias e com o clichê sendo usado ao extremo de maneira preguiçosa, tornando Fúria dos Deuses um grande pipocão da sessão da tarde. Uma diversão pontual que será esquecida horas depois de sair do cinema.
Aqui não há um equilíbrio entre o drama e a comédia, tudo é resolvido na base de piadas com uma leveza tão grande que atrapalha. Mesmo as consagradas Helen Mirren e Lucy Liu não conseguem dar um peso às vilãs, aparentando certo desconforto com diálogos caricatos que não trazem nenhuma profundidade aos conflitos com os heróis.
É tudo tão premeditado que em nenhum momento você se surpreende com as viradas óbvias e preguiçosas que o roteiro entrega. Por vezes os poderes dos heróis, em especial a enfatizada velocidade, serve ao roteiro a favor dos heróis, outras vezes é completamente esquecida para que a trama possa caminhar a favor das vilãs. É tudo tão óbvio que incomoda. Tudo é tão jogado que uma situação importante para a trama é resolvida com um merchan deus ex machina sem compromisso nenhum com uma construção de história.
Outro ponto que chama a atenção é a dualidade de Billy Batson, que aparenta uma enorme evolução desde o último longa, uma vez que está mais velho, prestes a completar 18 anos, e carrega questões pessoais emocionais que tem que lidar. Em todas as vezes que vemos a versão humana do personagem ele está centrado aparentando maturidade. Acontece que quando sua versão heroica surge, na pele do ator Zachary Levi, parece que temos outro personagem, mais bobo e imaturo. Eu adoro o Shazam de Levi, mas suas partes não conversam. É como se realmente fossem personagens diferentes.
Uma das vilãs também não mostra consistência em suas motivações. É um show de obviedade que, mais uma vez, incomoda.
O ponto alto do longa fica com Jack Dylan Grazer, que da vida a versão humana de Freddy. O ator soube tirar proveito do roteiro e realmente brilha, por vezes se tornando o protagonista da trama. Sua performance é tão boa, que valoriza até mesmo a do ator Adam Brody, que interpreta sua versão heroica. Em meio a isso os personagens Pedro e Eugene Choi também ganham mais destaque positivo, mas algo bem pequeno como no longa anterior.
Por fim, uma participação especial importante aparece de forma tão descomprometida com o universo em que se encontra que parece mais quando vemos um famoso ator que aparece em uma série de auditório do que um personagem que surge para ajudar na situação. Essa participação é o retrato do filme, não transmite seriedade. Parece mais a chegada de Hector Bonilla em Chavez, porém lá o ator estava bem mais imerso em seu universo do que o que foi apresentado em Shazam! 2.
Shazam! Fúria dos Deuses tem boas piadas, referências engraçadas, mas se limita a um filme água com açúcar de sessão da tarde, nada mais que isso.
Trailer
Nota: 5.5
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