Filme: Batman
Direção: Matt Reeves
Crítica Noobz: Ataliba (@AtalibaNoobz)
E finalmente um dos filmes mais aguardados do ano estreou no Brasil, trata-se do mais novo recomeço do Batman nos cinemas, o personagem que mais tem adaptações e recomeços nas telonas quando o assunto é super-herói.
A nova versão do Homem Morcego nos cinemas nos apresenta um herói com dois anos de atuação como vigilante e que já tem uma relação com o futuro comissário Gordon, vivido por Jeffrey Wright. Logo de cara o filme já nos posiciona sobre o contexto em que Batman está inserido, da utilização do medo ao seu favor e de como sua aparição impactou a mente dos criminosos. O inicio do filme já me ganhou, pois além de ser muito bem construído nos poupa de mais uma história de origem, ao qual o cinema de super-heróis já está saturado, ainda mais quando o assunto é a família Wayne e seus colares, flashbacks, câmeras lenta e toda aquela construção que já conhecemos de longa data.
Um dos maiores temores dos fãs foi quando o ator Robert Pattinson foi escalado para protagonizar o longa. Um medo desnecessário por conta da implicância com a franquia Crepúsculo. Agora, se você estava entre os que tinha receio, fique tranquilo, pois Pattinson manda muito bem no papel do personagem.
A direção é de Matt Reeves, que prometeu trazer uma nova perspectiva sobre o herói e cumpre a sua promessa. Batman nos quadrinhos e animações carrega o título de ‘Maior Detetive do Mundo‘, alcunha nunca explorada nos longas em live action até esse momento. O lado detetive não só é explorado no herói como dá todo o tom do longa, portanto, se você está a procura de um filme de ação, cuidado para não se decepcionar, pois The Batman é um filme de suspense e investigação o que faz dele por vezes lento, para que as tramas e mistérios possam ser degustados.
Reeves tem mérito não só na exploração de um novo lado do Morcegão, como também na própria direção, pois o filme é muito bem dirigido. Todo o clima, câmera, direção de arte e de fotografia caminham juntos em uma grande harmonia que culmina em uma Gotham City suja, escura e muito viva, que atua como uma personagem tendo protagonismo do lado do Batman.
Apesar disso, Batman tem quase três horas de duração e para se arriscar em uma história tão longa o filme tem que ter muito cuidado e equilíbrio em sua narrativa para que se justifique e não é o caso da obra de Reeves. O Homem Morcego nos leva em uma jornada através dos crimes do Charada pelos bastidores de uma Gotham City corrupta e suja, mas algumas vezes tropeça nessa construção na tentativa de ser complexo, sendo apenas cansativo, dando voltas narrativas desnecessárias. Talvez se o corte final tivesse 20 a 30 minutos a menos, seria um filme muito melhor do que já foi. Alguns personagens são subaproveitados e não se justificam, não acrescentam na narrativa como são os casos do Alfred de Andy Serkis e o comissário Pete Savage de Alex Ferns. O próprio Pinguim de Colin Farrell, apesar de muito bem em suas cenas, parece mais estar sendo introduzido para futuros filmes do que ter um papel relevante, de fato, para mover a trama neste primeiro filme daquela que promete ser a nova franquia do Homem Morcego.
Diferente dos citados acima Zoë Kravitz encarna bem o papel de Selina Kyle, sem exageros, extravagancias desnecessárias ou caricaturas já vistas com a personagem. Sua atuação é um dos pontos altos do longa. Jeffrey Wright também surge muito bem como o policial Gordon. O ator entrega muito carisma e convence em sua atuação atuando como parceiro do herói.
Por fim, Paul Dano tem pouco tempo de tela como o vilão Charada e me agradou muito o que vi, gostaria de ter visto mais de seu personagem interagindo com o herói de Robert Pattinson.
Um Batman muito promissor
O Batman sempre nos apresentou a dualidade do herói mascarado e de seu alter-ego Bruce Wayne. Isso, inclusive, foi trabalhado em todas as versões cinematográficas do Detetive de Gotham, mas a versão de Pattinson optou por não fazê-lo. Não vemos diferença entre o Batman e Bruce Wayne, eles são a mesma pessoa e não há qualquer trabalho para se criar um conflito de personalidades ou sobre quem ele realmente é, pois na verdade ele é um, independente de estar ou não de mascara e capa. Não havendo essa dualidade o filme se foca apenas no herói mascarado fazendo uma construção que o fará questionar qual o seu papel e o mostrará o caminho e as diferenças entre vingança, justiça e esperança.
Particularmente gostei muito dessa construção de identidade do herói, apesar de sentir que o final poderia ter sido melhor e a mensagem mais impactante, creio que houve uma escorregada para finalizar a obra. Não que isso tire o mérito do filme, pois ele nos entrega um Batman nunca visto antes e apesar de não trazer muita coisa nova para os cinemas é um refresco para o gênero de super heróis que não aguentam mais ver origens e pancadarias vazias recheadas de efeitos especiais.
Trailer
Nota: 8.5
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