Filme: Uncharted – Fora do Mapa
Direção: Ruben Fleischer
Crítica Noobz: Ataliba (@AtalibaNoobz)
Chegou hoje, dia 17, aos cinemas do Brasil o filme Uncharted – Fora do Mapa, a primeira grande adaptação de uma propriedade intelectual da Playstation para o mundo dos cinemas. Logo na introdução do filme podemos ver a logo, do que será, o universo da Playstation nos cinemas e isso é empolgante e bem legal de se ver.
Acontece que Uncharted já chega aos cinemas com altas expectativas, isso porque a franquia de jogos já tem uma história linear bem definida, sempre sendo apontada por fãs como uma ótima opção de adaptação para os filmes live action.
Sou um grande fã da franquia e joguei os quatro games da série, ainda não me aventurei apenas pelo spin-off Lost Legacy.
Dos games para os cinemas
Dito isso, chegamos ao filme Uncharted – Fora do Mapa e a primeira coisa que devo dizer é que é inspirado nos games, mas não é uma adaptação fiel dos mesmos. A história é inédita e não segue nenhum dos jogos. O Nathan Drake de Tom Holland não é o mesmo dos exclusivos Playstation, tão pouco Victor ‘Sully’ Sullivan, vivido por Mark Wahlberg. A relação entre os personagens, o passado do protagonista e suas personalidades tem algumas pinceladas do material de origem, mas são novas e diferentes. Então se você espera ver o game que conhece com os personagens que conhece transpostos para os cinemas, não crie expectativas, senão irá se decepcionar.
Não estou dizendo que o filme deveria adaptar fielmente as histórias dos jogos, afinal, já vivemos essas aventuras por lá. Mas a mudança de personalidade e passado de cada um pode chegar a decepcionar alguns fãs. Agora, se você não conhece os jogos, sem problemas, como eu disse, o filme é feito para todos.
Dito isso, vamos assistir ao filme, como uma aventura independente de qualquer inspiração e ainda assim não convence. A trama acompanha o jovem Drake, que trabalha como barman, até que é abordado pelo ladrão Sullivan, que o convence a participar de uma grande aventura e sem qualquer experiência o ex-barman se torna o grande expoente, que resolve todas as questões, bem como um lutador que derruba vários brutamontes sozinho. A parceria de Drake e Sully é construída de maneira preguiçosa e superficial, bem como a parte de exploração e investigação do filme. Não prende, não empolga e chega a ser cansativo. Você não fica atento acompanhando quais seriam as pistas para desvendar o mistério, isso porque é tudo muito linear e preguiçoso.
Os diálogos são pouco inspirados e por vezes auto explicativos, como se o filme quisesse garantir que o expectador entendeu qual a personalidade e função de cada um ali. Os melhores momentos no diálogo entre Drake e Sully são no finalzinho do filme e na segunda cena pós-crédito. Ali é possível ver uma química genuína e diálogos inspirados. Era essa dupla e esse filme que eu gostaria de assistir, uma pena, mas ao menos, me deixa com uma ponta de esperança para uma possível continuação.
O roteiro é tão preguiçoso, que na trama estão procurando por um tesouro que está escondido a centenas de anos e apenas Holland consegue desvendar o mistério. Acontece que quando ele vai para o local, convenientemente, os vilões estão por ali e o veem chegando, dessa forma o seguem para chegar ao objetivo final. Sully também está por lá com uma explicação preguiçosa, tudo muito genérico. Até parece que o filme lhe diz, ‘não ligue para a história, estou trazendo todo mundo aqui, sem qualquer explicação, para te mostrar uma grande cena de ação‘.
Ao menos as grandiosas cenas de ação dos games estão no filme? Sim, porém são apenas duas e uma delas é curta e boa parte foi divulgada antes mesmo do lançamento do longa, que é a cena do avião. Nessa cena, inclusive, tem um momento em que Drake e Chloe (Sophia Ali), começam a conversar normalmente sobre um carro que está caindo no céu na maior tranquilidade, sem maiores consequências físicas. Toda cena do avião, por mais absurda que pareça, consegue convencer, pelo menos até chegar nesse momento, onde a imersão é quebrada.
Falando individualmente de cada um dos atores, Tom Holland e Mark Wahlberg seguram bem, mas não o suficiente para elevar o nível do filme. Antonio Banderas também vai muito bem em seu pouco tempo de tela. Sophia Ali vive Chloe, bem diferente dos games e apesar do bom tempo de tela, brilha pouco por conta do roteiro. Já Tati Gabrielle é uma vilã bem clichê que está lá apenas para fazer o contraponto dos protagonistas, sem adicionar em nada dramaticamente, mesmo que os diálogos tentem lhe convencer que ela tem uma importância dramática.
Dessa vez temos uma boa adaptação dos games para o cinema
Uncharted – Fora do Mapa não é um filme ruim a ponto de desejar que ele nunca tivesse sido feito, mas é muito genérico, com diálogos ruins e uma jornada cheia de preguiça e conveniências. Um entretenimento para assistir em uma tarde de bobeira ou em uma viagem de ônibus ou avião, nada além disso. Se você paga o preço cheio do cinema e na sua cidade o ingresso for caro, acredito que possa fazer melhor uso dele. Em seis meses você se diverte assistindo em alguma plataforma de stream.
Trailer
Nota: 5.0
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