Série: Fate: A Saga Winx
Temporada: Primeira
Exibição: Exclusivo Netflix
Crítica Noobz: Ataliba Leonel (@AtalibaNoobz)
(SEM SPOILERS)
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A Neflix finalmente lançou, nesta sexta-feira, dia 22, a aguardada série Fate: A Saga Winx, inspirada na popular animação italiana O Clube das Winx que fez muito sucesso no Brasil, principalmente, nos anos 2000. Mas será que a série fez jus ao trabalho de Iginio Straffi, criador da obra?
O Anuncio de Fate: A Saga Winx
A série animada o Clube das Winx, exibida na tv aberta pelo SBT e TV Cultura, tem uma enorme legião de fãs no Brasil, prova disso foi quando a série da Netflix foi anunciada e viralizou nas redes sociais do país, chegando a entrar para os trends do Twitter. Porém, passada a emoção do anunciou se iniciou uma relação de amor e ódio com a produção original do streaming.
As primeiras críticas se deram quando foram anunciadas as protagonistas da série. Em termos de adaptação o incomodo começou pelo fato de a animação contar com seis protagonistas e a série trazer apenas cinco delas, deixando de fora a popular Tecna. Mas não parou ai, pois houve uma enorme polêmica quando foi revelado que a atriz que dá vida a personagem Musa era a inglesa Elisha Applebaum. Isso porque no desenho a fada é asiática com seu visual inspirado na atriz Lucy Liu, e Applebaum não é da mesma etnia. Outra escolha muito criticada foi a da personagem Terra. Bom, no desenho uma das protagonistas é Flora, personagem com visual latino inspirado na atriz e cantora Jennifer Lopez, já na série live action, Flora foi substituída por Terra, interpretada por Eliot Salt. Ambas apresentam os mesmos poderes e apesar da boa intenção da série de introduzir Terra com o objetivo de dar diversidade e trazer a tona o debate sobre gordofobia, a etnia da atriz não agradou aos fãs que queriam uma latina. A semelhança dos poderes é justificada com a explicação de que na verdade Terra seria prima de Flora.
Após esse primeiro momento, mais detalhes da trama foram revelados e mais um incomodo, os fãs não gostaram da ausência das populares antagonistas do desenho, As Trix. Com tantas mudanças, ao menos a história é boa e digna da animação que contou com oito temporadas?
A Jornada de Bloom e seus dramas adolescentes
Bom, antes de começar falando da história da série já adianto. Se você está na expectativa de ver uma trama similar ao da série animada O Clube das Winx, referências, transformações e etc, pode esquecer, pois Fate: A Saga Winx traz uma releitura completamente nova, onde nem mesmo a personalidade da maioria das personagens se assemelha a de suas respectivas da obra original.
A aventura se inicia com a personagem Bloom (Abigail Cowen) chegando na conceituada escola Alfea, que ajuda fadas a controlar e desenvolver seus poderes. A protagonista não sabe muito sobre suas habilidades, esse universo e sua própria história, encontrando apoio junto as novas amigas Stella (Hannah van der Westhuysen), Aisha (Precious Mustapha), Terra (Eliot Salt) e Musa (Elisha Applebaum) para se adaptar ao novo mundo.
A construção do universo mágico, suas regras e mundos é bem construída e convincente, no macro a série se desenvolve bem, mas é no micro que ela peca. O foco da história está em Bloom descobrir mais sobre seu passado, mas o que move isso são dramas adolescentes que vimos em Riverdale, O Mundo Sombrio de Sabrina e até mesmo Malhação. São situações de Bullying, amores não correspondidos, inseguranças adolescentes, relação pais e filhos, em sua maioria trabalhados de maneira simples e clichê. Até um triangulo amoroso acontece de forma rasa com conclusão bem simplista.
Já a parte mágica da história traz mistérios e me deixou intrigado muitas vezes, mas o roteiro acaba se perdendo em alguns pontos e situações ficam confusas, como por exemplo, quando alunas da escola matam um monstro, mas um professor atacado pelo mesmo monstro está esperando que matem este monstro (!?). São desenvolvimentos ruins e mal explicados que empobrecem a obra.
Em diversos momentos da trama é necessário que algo aconteça para a história se desenvolver e muitas vezes isso acontece de maneira preguiçosa e conveniente, como uma escuta que surge do nada, sem a menor explicação e faz com que Aisha saiba de fatos que levam suas amigas a agirem e moverem a série para um próximo nível. Uma explicação preguiçosa e sem sentido para uma consequência grandiosa. A própria Bloom me incomoda bastante em diversos momentos, sua atitude inconsequente e as vezes até sem sentido que parece ser forçado para que certas ações aconteçam para permitir que a história continue para onde deve ir. Talvez seja uma chatice minha, mas me incomodou um pouco o fato de uma escola como Alfea, com dezenas de alunos contar com apenas três professores responsáveis. Se contarmos a cozinheira, que aparece em poucos minutos em dois episódios, são apenas quatro adultos monitorando o local, nem para ter uns figurantes agindo como agentes de organização escolar, o famoso carinha que fica nos corredores durante as aulas e intervalos.
Apesar de me incomodar muito a personalidade de Bloom na série, rebelde e afrontosa demais para quem está chegando em um universo tão incrível pela primeira vez, a atuação da atriz Abigail Cowen convence. Aliás, todos os atores mandam muito bem, o único que, para mim, destoa um pouco é Danny Griffin o intérprete de Sky. Achei sua interpretação muito superficial e plana.
Fate: A Saga Winx vale a pena?
Apesar dos dramas adolescentes clichê, que poderiam ser melhor construídos e os diversos momentos preguiçosos do roteiro, a série diverte. Não é nenhuma tortura assistir seus seis episódios. Os poucos momentos de tensão e terror convencem e devo confessar que o final me deixou com o queixo caído no chão, com um gancho para que a segunda temporada possa ser o que a primeira não foi.
A primeira temporada de Fate: A Saga Winx é aquela que você assiste, passa o tempo, acha ok, mas não te marca, se a segunda temporada mantiver o nível, será apenas mais um entretenimento raso, que te fez passar uns momentos e se tornará esquecida em pouco tempo.
Nota:6.5
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