Noobzview: Spec Ops: The Line

3
Loja Universo Noobz

Game: Spec Ops: The Line
Desenvolvedora: Yager Development
Distribuído por:
2K Games

Plataforma:
PC, Playstation 3 e Xbox 360

Noobzview:
Entelexia (@Entelexia)

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Valeu à pena: Excelente história, realismo, ambientação convincente, personagens bem construídos e inteligentes.

Não valeu a pena: Jogabilidade não é 100%. Multiplayer sem atrativo.

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O Jogo

Se você procura um bom shooter, não se preocupe…. Spec Ops: The Line não decepciona: gráficos excelentes, jogabilidade eficiente, cenários, variedade tática, desafios…. Mas Spec Ops ainda é mais do que isso tudo.

Uma história envolvente, personagens convincentes, e acontecimentos *realmente* marcantes levam este jogo a um patamar muito superior ao tradicional “quebra-quebra” pseudo-realista das grandes franquias do gênero. As fases de ação são sempre seguidas de uma pequena exploração do cenário, onde os personagens discutem o sentido de tudo aquilo, o que aconteceu antes de sua chegada e se, de fato, todo aquele conflito só não está perpetuando os problemas, em vez de resolvê-los.

Enfim, um shooter com auto-crítica, assim como Max Paine, por exemplo, mas em contexto muito diferente. Atitude corajosa dos produtores, naquilo que costuma ser considerado (convenientemente) pela indústria e pelos jogadores como entretenimento descompromissado. Enfim, vamos ao principal elemento do jogo.

História

No outrora paradisíaco cenário de Dubai, uma tempestade de areia catastrófica transformou a cidade dos sonhos em um pesadelo de areia, vidro, e metal retorcido. Os luxuosos hotéis, shoppings e viadutos se tornaram abrigo para sobreviventes desesperados, soldados e civis vivendo em condições precárias. Você e sua pequena equipe estão á procura de John Konrad, ex-líder do 33ª regimento de Infantaria dos EUA, que desaparecera abruptamente, após uma missão de salvamento desastrosa.

Nota: Como o principal atrativo do jogo é o enredo, serei um pouco vago na descrição, para não atrapalhar a experiencia cheia de surpresas dos possíveis jogadores deste (já) clássico desta geração de consoles.

Um novo sinal da 33ª foi o suficiente pra enviar seu pequeno grupo nesta missão de (tentativa de) resgate. John Konrad pode estar vivo, e você, que o conheceu, quer saber o que de fato aconteceu a ele e à 33ª. Logo que chegam ao ponto de transmissão do sinal, vocês percebem que algo deu errado. A transmissão ainda estava ativa, mas aparentemente os soldados que ligaram o aparelho foram assassinados. A 33ª estava sendo atacada? Os habitantes da cidade se revoltaram?

Em um primeiro momento, tudo que você consegue fazer é sobreviver. Os habitantes da cidade parecem hostis, mas alguns deles estão sendo atacados pelos soldados americanos. Você e sua equipe tentam ajudar, descobrir o que está acontecendo, mas suas ações nem sempre surtem o resultado esperado. Enfim, muitas das ações dos seus companheiros parecem abrir caminho para que você tente encontra as respostas que procura, mas ao contrário do que costuma acontecer nos filmes hollywoodianos (ou mesmo nos outros games de guerra), as balas aqui matam pessoas, mas não resolvem os problemas.

Os personagens merecem atenção à parte. Diálogos bem construídos, e a marcante personalidade de cada um fazem com que seus companheiros pareçam, de fato, humanos, não somente estereótipos militares. Adams e Lugo têm questionamentos sobre o que está acontecendo, refletem, dão idéias… enfim, personagens que terminarão o jogo, não como seus “sidekicks“, mas como pessoas que te ajudaram a entender o mundo que exploram durante o gameplay.

Jogabilidade

Arenas muito bem feitas, com elementos de cenários que podem ser usados como vantagens no combate, e inteligência artificial bem feita, tornam o jogo razoavelmente desafiador. Os checkpoints são ao estilo “Max Paine“, acontecendo logo depois de cada arena ser terminada.
Como já se pode esperar de um bom shooter movido à “Unreal engine“, temos um gameplay completo, com rifles, snipers, granadas, ações em terceira pessoa, como resgatar companheiros caídos, e mover-se entre abrigos, ou ataques melee para inimigos próximos. Até aí, nenhuma surpresa. Mas…

O uso de botões sensíveis aos elementos do cenário está se tornando meio que arroz de festa nos jogos modernos, e isso gera alguns probleminhas chatos. O botão “A” por exemplo, serve como botão de ação, de correr, e de esconder (cobertura). Ótimo, muito prático, mas quando se usa um botão pra correr, tentando fugir do fogo inimigo, é incômodo que seu personagens de repente salte pra uma cobertura que *ainda* está sob fogo inimigo de todos os lados! O botão “B” serve para ataques físicos (melees), e também para saltar sobre uma cobertura. Ok, sem problemas, mas…. para saltar sobre a cobertura você tem de estar olhando no ângulo certo para ativar a ação de saltar. Caso contrário, seu personagem dá uma coronhada no ar, ficando de pé diante do fogo inimigo.

Enfim, nada que vá prejudicar o gameplay, mas é estranho como, nos jogos de hoje, temos essa tendência de sobrecarregar alguns botões com funções até contraditórias (como “correr” e “esconder”), enquanto outros ficam quase subaproveitados. Saudades do gameplay de Splinter Cell Conviction, onde raramente o nosso personagem faz algo diferente do que queremos, não importa em que ângulo ou parte do cenário você esteja!

Gráficos

Realismo, bastante realismo. Os cenários bem iluminados da bela ex-Dubai são de encher os olhos. Os movimentos são fluidos e expressivos, com direção nas “scenes” digna de grandes filmes ao estilo “Três Reis” (citado em uma das conquistas do jogo), ou Syrianna.

Som

Os efeitos sonoros do jogo são convincentes. Muitas vezes o barulho das balas e ricochetes aumentam a tensão do jogador, mesmo quando você está razoavelmente bem protegido. Os catastróficos desmoronamentos, e até a “surdez” no ouvido após algumas explosões, ou os gritos dos seus companheiros , sempre precisos e sem xingamentos aleatórios, tornam tudo sempre convincente, realmente como parte integrante do ambiente do jogo.

Fica o destaque para os momentos em que a música ambiente “no jogo”, torna-se parte do cenário a ser explorado, indo de uma distante música ouvida por soldados ou sobreviventes, até tornar-se de fato a música-tema do combate, o que tem um efeito muito bacana de tornar a batalha ainda mais épica e envolvente.

Reflexões

Poucos jogos têm coragem de abordar temas espinhosos como as leis marciais, a conduta da CIA em países do oriente médio, uso de bombas de fósforo branco, e ainda a questionável moralidade dos discursos de guerra, das frases feitas do tipo (“Eles trouxeram isso pra si”, ou “Temos que seguir em frente). Talvez por isso, por esta coragem, este jogo (The Line) tire a franquia SPEC OPs do lugar medíocre que tinha entre os jogos de guerra, e o coloque entre os grandes títulos do gênero.

Pode não ser tão divertido quanto os shooters mas descolados, mas certamente é uma experiência intensa, envolvente, e que vale a pena ser jogada. Quantos games podem te oferecer, não somente os momentos de entretenimento, mas algo a se pensar depois de desligar o console?

Não muitos, certamente.

TRAILER

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NOTA:

Gráfico: 8,5
Som: 9
Jogabilidade:7,5
Enredo: 9,8

NOOBZVIEW: 8.7

Por Entelexia
(@Entelexia)

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